Liminar determina que Atlético-PR entregue anexo da Arena à prefeitura

Uma liminar da Justiça expedida pela juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse determina que o Clube Atlético Paranaense entregue 4.226 mil metros quadrados dentro do complexo da Arena da Baixada à Prefeitura de Curitiba.
A ação contra o clube paranaense foi protocolada pela administração municipal no dia 25 de novembro e o espaço cobrado é anexo à Arena, na parte do prédio planejado para ser o setor administrativo do estádio.
A decisão foi publicada pela 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba na sexta-feira (3) e cabe recurso.
O Atlético-PR tem 30 dias a contar desta data para cumprir a determinação. Caso contrário, estará sujeito à multa diária de R$ 1,5 mil.
Segundo a prefeitura, o clube deixou de cumprir sua parte em um acordo assinado em 2010 que permitiu a divisão dos custos para a construção da Arena da baixada entre o clube, município e Estado. Segundo a prefeitura, o acordo entre as partes para viabilizar a reforma previa que metade do prédio deveria ser emprestada ao município por cinco anos.
Os 4.226 mil metros quadrados devem ser usados pela prefeitura como sede para Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. O G1 entrou em contato com o Clube Atlético Paranaense, mas até a publicação não tinha obtido resposta.
Um ano após o início da Copa do Mundo, o prédio de seis andares está inacabado e com as obras paralisadas. Esta foi a segunda ação na Justiça da Prefeitura de Curitiba contra o Atlético Paranaense.
A administração municipal também quer o ressarcimento de R$ 17,3 milhões relativos a 16 desapropriações de áreas feitas no entorno da Arena da Baixada. O município se ampara em um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), que cobrou a comprovação do pagamento dos valores.
A reforma para a Copa
A reforma da Arena da Baixada foi a novela mais longa da Copa do Mundo. No início ela foi considerada a intervenção mais simples de todas as obras, pois utilizava a estrutura de um dos estádios mais modernos do país, mas se arrastou de dezembro de 2011 até maio de 2014, dias antes do primeiro jogo da Copa.
O cronograma atrasado, questionamentos sobre a modalidade de construção e dificuldade em liberação dos financiamentos obrigaram a Fifa a definir uma data para confirmar a realização dos jogos em Curitiba.
Para poder entregar o esperado, o Atlético-PR abriu mão da instalação do teto retrátil (finalizado em 2015) e abandonou a construção do centro de mídia, que continua sem conclusão. Atualmente o estádio é a casa do Furacão, que ainda luta para conseguir ocupar os seus 41 mil lugares. Seu ponto frágil é o gramado, que não recebe luz solar em toda sua extensão, e pedaços deles se soltam a cada partida realizada.
O legado do Mundial para a cidade se refletiu principalmente nas obras de reforma e ampliação da rodoferroviária de Curitiba e reestruturação da avenida que liga a cidade ao aeroporto, localizado na região metropolitana, mas ainda depende de ajustes para ser entregue. Outras obras de melhoria da mobilidade na cidade ficaram pelo caminho, entre elas a reforma de um dos maiores terminais de ônibus da cidade.

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